quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Parte de um corpo
Um corpo de sangue correndo
Correndo jorrando nas veias

Canos da cidade entupida
Sob aquilo que se vê
Completamente estetizado

Há então se deixar
Provocar um ardor
Louco por difusão

Versinhos muito bobos
Com palavras destacadas
E pouco cuidado na escolha

Acontece que estou sem saco
Pra arrumação
Deixo empilhar

Se tivesse uma solução
Pra diluir ou pra desligar
Me desconectar

No crânio a fissura sagital
E o cérebro é um meio
De se ligar em um lugar

Antes não tivesse entrelaçado
Pois me entrelaçando
Só me complico

Parece triste ouvir
Besteiras assim inconseqüentes
E tão desconcertantes

O que liga o trópico
Se está no norte
Se está no sul

Palavras michas
Que não explicam nada
Que já não soubéssemos

Mas é verdade
E centrifugada
Não parece importante

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Campos verdes
Belos prados
Gira-sóis
Muitas sementes
Florescendo
E nunca morrem
Chega a noite
Doce encanto
Retorna a luz
O mesmo brilho

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sentido sentimento e sensação
Não confunda linguagem literária com fantasia
Da fantasia provem toda realidade
A linguagem literária é real
A realidade não
Não confunda sofrimento com morte
Não confunda tristeza com decepção
Não confunda dor com cicatriz
Nem tudo que dói deixa cicatriz
A dor é invenção a cicatriz não
Uma você sente a outra você vê
E ver também não é sentir
A decepção dói mas é a visita da verdade
Mas qual verdade
Se inventamos a realidade pois a sentimos
A verdadeira criação é fantasia desde o princípio.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Não por causa delas mesmas mas porque eu sou assim
Isso é por minha causa por mim
A gente não merece nada da vida
Só o que a gente consegue
E tem e possui que nos faz quem somos não é assim
E não podemos depender de ou confiar a ninguém isso não é
Pois bem seja por mal então
Mas não deixe as pessoas confundirem as coisas
A fantasia é algo muito real
E o real é fantástico
Naturalmente
Então só há drama (ação)
Se houver mimesthai
Não há realidade sem imitatio sem fingere
Então não há que dar às coisas o peso que elas não tem
É como achar um absurdo o que é um adsurdo
É óbvio demais
Dessa forma não há sofrimento se não houver sofrimento
Pois o sofrimento não é nada a mais do que o que ele é
Resumindo, as pessoas dramatizam demais megadimencionam as coisas normais
Não se preocupe comigo eu só sinto o que eu sinto
Os nomes são aterrorizantes
Mas os sentidos são atenuados
Eu não ultradimeciono o que eu sinto
Se digo que sofrer
É um sofrer literário
Não vou me matar só pra me divertir
Eu vejo as pessoas ultradimencionam o que eu falo
Me parece como eu sentisse mil vezes aquilo
Não tem drama (sofrimento)
A vida é ação ficcional
Eu vivo a ficcão nua e crua
Eu vivo (invento e reinvento) o real
Não fico fantasiando
Eu me deixo levar
Porque a realidade é só um modo de fantasiar
E isso não se deve confundir
Pra não se dar valor maior que o necessário a coisas cotidianas hodienas normais gerais comuns coloquiais
Todos esses são incríveis habilidades do eterno
Pois tudo que é muito real o que há de mais real foi um dia inventado
Peço não confundir invenção com realidade pois eles são a mesma coisa
Foi só uma viagem de tantas outras
Eis o real
É normal ser fantástico
O que é fantástico é o que nada mais é do que o que é normal
Essas coisas que as pessoas não entendem quando eu falo de coisas simples como amar e sofrer
Ultramegadimencionam as coisas naturais
Não sei porque vocês são assim
Mas sei o porque de eu não o ser
Se o que é fantasia é real
Quando a gente está fantasiando na verdade
Estamos inventando o real
Porque nunca foi diferente
A todo instante em qualquer coisa ou assunto estamos inventando o real
Então estamos sempre fantasiando
Então fantasiar não é nada a mais do que fantasiar
Fantasiar não sendo fantaziar
Porque fantasiar é realizar
Que não é nada mais natural do que nada
Fantasiar não é fantasiar algo mais que a realidade não é estar fora da realidade
E sim é estar realizando
Por isso não se deve confundir ou separar os dois
Eles nem são parte da mesma coisa
Ele é a mesma coisa
A gente é que inventa (fantasia) separar um do outro
E foi o que se faz
É con-fuso não vou exigir que você entenda isso de uma hora pra outra
Não existe essa coisa de fantasia
A própria realidade é uma fantasia
A gente inventa o que a gente inventa que inventa
A mimesis da mimesis da mimesis do que a gente imagina idealiza
A realidade é só uma imagem da imagem do que a gente inventa que é real
Real é o que se realiza a fantasia se realiza da mesma forma que o real
A gente as inventa
Só é real o que a gente quer e a fantasia independe de nós
Ela é uma das possibilidades das realidades que se inventam
E eu digo não invente que você inventa, invente vivendo
Pois fantasia e realidade não existem
E são a mesma coisa
Só há o que há
Sem diferenciação
Nós que inventamos isso e ambas fantasia e realidade
A fantasia é a realidade que se realizou na sua cabeça
Mas e a realidade também não
Vocês diferenciam o que sentem do que vêem
Mas nada é real e isso é real não já sendo mas jazindo
Eu não vivo a realidade como fantasia
Nem a fantasia com realidade
Eu vivo os dois como as coisas são
Como um só
Intensamente
E aí é que está
Este intensamente tem um sentido mais grandioso pra vocês do que pra mim
Vocês superdimencionam as coisas
A gente fica medindo e pensando dando conotação ao que deve ser denotável
Essa conotação grandiosa é que é a fantasia que a gente fantasia que não seja realidade
confabular é planejar o real
E isso é realizar
Só que nós é que damos conotação errada ao que nada mais tem do que simplicidade
Uma coisa que é super normal mas que a gente divide separa
Dando uma outra conotação ao que também é realidade megadimencionando as coisas
Deixa-se de viver porque se acha que está fantasiando e a gente não tem que ficar medindo as coisas
Balanceando com os nossos próprios conceitos as coisas são o que as coisas são não o nome que a gente dá a elas
As coisas são o que as coisas são e pronto
A gente separa coisas que não tem separação
E assim não se vive porque se sonha
Se sonha achando que está sonhando
Mas se está viviendo
Então não se vive por pensar estar sonhando
As sensações não possuem rótulos prévios
Se a gente ficar pensando sobre como os conceitos de tudo nos afetam
Não vivemos as melhores coisas que nos dão prazer
Você pode considerar as coisas como certo e errado mesmo isso também não estando bem definido
Mas não podemos medir o que é pior ou melhor o que é mais grandioso ou despresível
Porque matar a ferir
Que será pior
Pois é
Por que como definir o que é mais pior
Ou o que é mais melhor
Grande é grande
E pronto
O que é é o que é
Sem conotação
Eu quero é viver
Sem me separar

domingo, 4 de outubro de 2009

É certo que há vezes em que me engano
Não seria capaz de responder a Esfinge
Como fizera Édipo e não o astuto Ulisses
Que embora demonstrasse o seu amor aos Troianos
Não saberia dizer a quem possue rosto de mulher
peito e cauda de leão e asas de pássaro
que a resposta para o seu enigma é o homem
Decifra-me ou te devoro ela disse
Édipo não foi estrangulado porém matou o pai
e transou com a mãe
Pois evitando foi que fez
Melhor se saiu Ulisses
demorou dez anos de retorno à casa
mas resistiu ao canto das sereias
e teve as mais graciosas e belas mulheres
após passar pelos desafios mais dicíceis
É estúpido pensar nisso
mas se fosse fácil não haveria desafio
Já ouvi coisas mais esquisitas
Eu vejo todos os dias nos jornais e Kika poderá confirmar
Quem entenderia uma história dessas
Se eu dissesse que não me surpreendo
Nunca diria o que realmente penso de verdade
Porque cada vez que eu digo isso
Me arrependo de surpresa
Que segredos tão tenebrosos habitará essa mente
Que desejos tão fascinantes e insperados
O que de tão normal que pode ser sem sentido
Coerência pensamentos lógicos decisivos
Maravilhoso não cabe ao sentido de wonder
Esse é o verdadeiro sentido da descoberta
Mas somente para quem não tem medo de perder a cabeça
Se a gente não pode lembrar no que não aconteceu
Como eu faço pra encontrar o que eu ainda não perdi
Eu não costumo megadimencionar as coisas
Mas de certo por vezes eu me engano
não há como saber de tudo
E eu não sei
Aliás pra quê
Uma hora se tem que morrer
Se eu não encarar agora não vou viver
Se é pra morrer que seja nos braços de uma mulher
Algumas coisas simplesmente não possuem explicação

sábado, 3 de outubro de 2009

O vento que bate no rosto
Brisa suave
Por vezes me acerta com violência
Arredio
Por vezes frio
Inodoro
Por vezes tira meus pés do chão
Soprando
Fugidio
Sempre sagaz
Por vezes quente
O vento fraco
E a ventania
Terrível brisa
Ventos medonhos
É um tornado
Ou um furação
Força destruidora
E o vento que bate no rosto
Já não é mais alegre
Prazer suave
Doce perfume
Uma brisa fresca
Caminhando por entre o jardim

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Querer ficar com outros é bem normal
Não querer ficar só preso a um também
Agora com medo de gostar não se vive

É difícil pra mim ver que outras pessoas
Obtêm tudo que eu queria e nada tenho
Quero só aquilo que está fora de alcance

A vontade de apertar não é a de prender
Quando tenho em minhas mãos o desejo
Vem só pra me dizer que nunca o tenho

Diga que mal há gostar curtir aproveitar
O prazer que se sente somente uma vez
Pois não querendo te perder eu já perdi

Nada houve então pois nada aconteceu
Depois deixou um buraco mas sou mar
Logo tomo meu lugar e o vento me leva

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Vai como for
Te tentei
Tentei me aproximar
Estou triste
Quando disse que não
Eu menti
Queria um tempo comigo
Esforcei-me pouco
Não sei querer evitar
E os meus olhos te querem
Fico triste um dia apenas
Amanhã já estou melhor
Sabe que passa
Mas é tristeza
E as Maravilhas
Daquele País
Distante de Alice
Não tenho hoje aqui