sábado, 18 de abril de 2009

É o tempo que nós temos que investir
Sem quase imediato retorno
É a vida que nos espera
Que queremos adiantar
É querer fazer tudo
Mas nada poder
Pois tem-se que aguardar
A hora certa

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Quantas peças de enredo
Estratagemas e peripécias
Técnicas e métodos
Teorias e arte
Artifícios
Pra compor minha vida eu preciso

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Como nasci de um ovo
Não poderia deixar de comentar
Esse pequeno receptáculo
Que um dia ficou pequeno demais para mim
Esteve por pouco mais de 7 meses
Sendo carregado dentro de minha mãe
Após um período tórrido de tempo

Comemorar o coelho é sem sentido
Imaginemos que o mesmo ovo
Então dentro a senhora coelho
Um útero forte e portador da égide
Ao qual realmente devemos pensar
O útero da mulher de Abraão
O que possui muitos filhos

Coelho igual Abraão
Ovo igual útero esposa de Abraão
Comemora-se a chegada de um filho
Filho de Abraão trazido por este
Nascido para a nova era
Uma féria reunida em muitos feriados
Desde o tempo dos tempos

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Não estou pronto
Preciso ficar de prontidão
Ainda me decepciono com as pessoas
Ainda insisto em acreditar nos outros
Ainda dou força a mim mesmo
Confio tanto em mim que dou chance aos outros
Pareço ingênuo
Deixo-me levar pelo que acredito
Sou enganado por meus próprios sentimentos
Sou carregado pelo que eu sinto
Penso nos outros
Como gostaria que pensassem em mim
Isso não funciona
Sinto-me bobo
Penso em mim como um todo
Devo ser tolo
Pessoas não têm coragem de encarar a vida
E se escondem em sua individualidade

terça-feira, 14 de abril de 2009

Surpreso com o poder da matéria deslizante
Pura beleza cristalina e sensata
Sábia construtora de caminhos e barreiras
Penetrante porém já pouco abundante
Distribuída equilibradamente pelo planeta
Guerras borbulharão por sua forma mais aclamada
Uma nascente sempre suicidando
A satisfação da cede por seu consumo
Uma queda de cascatas cintilantes
Uma corrente de busca por sua fonte
Uma fonte de desejo ardente
Escorrendo saliva e suor
Um sedento ardor por sua falta
Rorredia farta e promíscua
Encontrada em quase todos os lugares
Seu valor perante aos secos leitos
Inundará todo o imenso vale
Que lá imerso então
Com a enchente
Escorrerá levando todos nossos bens
E a necessidade voluptuosa
Há de se dissolver em agonia
Apenas por uma gota d’água

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Tristeza às vezes me assola
Mas dentre todas as possibilidades
Essa tem o desfecho que desola
E como não haveria de ter facilidades
A corda de nossa vida se enrola

A Tristeza nessas vezes que me aterra
Decompõem-me em frações distintas
Porque entretanto a infalível flecha erra
E as Angústias tornam à mim famintas
Assim mais uma Alegria aqui se encerra

domingo, 12 de abril de 2009

Eu espero bastante
Talvez muito
Aguardo o quanto resisto
E o quanto me devém

Mapeando as condições
Pesando o custo-benefício
Custo há nenhum
Nem a ninguém

Benefício já não sei
Para mim ou para quem
Mas em todo o caso
Demoro a encontrar

Escolha do momento certo
Que só eu sei onde decidir
Tenho meus próprios fatores
Pra me segurar e me impelir

Pra ajudar a me guiar
Não pra trás ou pra frente
E sim verticalmente
Não me lanço pra errar

sábado, 11 de abril de 2009

Deu-se uma forma
Que manifestou-se em um molde
Impossibilitando outros caminhos
Selecionando movimentos e destinos
Pode-se contar algum fato de diversas maneiras
O fato pode ser contado de inúmeras maneiras
De acordo com os parâmetros estipulados
Ou com os que vão se dando
Mas por que medidas
Podem ser expandidas
Podem se expandir
À concretude
O sentido das metas
Ao contrário do que imagino
De tudo pode ter acontecido
Pode-se de tudo acontecer

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Delícia de Afrodite
Mensageira do amor
Portadora da jovialidade
Quero teus cabelos

Fêmea humana
Corpo de desejo
Quero te expor
Ao meu bel prazer

Quero te exibir
Não para uma plateia
Mas à minha particularidade

Desejo teu corpo
E verdade seja dita
Isso é só mais uma vaidade

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A palavra é um guia sonoro aspectual de efeito
De direcionamento e dimensionamento referencial
De efeito de aspecto de dimensão e direção
Onde cada uma tem seu próprio referencial de peso

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sempre que há uma transição
Podemos apostar em mudanças
Mas nunca saberíamos antes que aconteça
Talvez a cegueira possa ser a resposta
Devemos falar
Porém a esse propósito
Temos que reaprender a ouvir
Conhecer o reverente silêncio

Ao cair do dia
Da chegada a lua cheia
Noutro pólo do planeta
Uma estrela agora brilha
O vento aqui é suave e agradável
O frescor da mata próxima me acaricia

Quando a chuva parar
Talvez já tenha amanhecido
E o calor aumentará novamente
De qualquer forma
Devo estar preparado
Confiante

terça-feira, 7 de abril de 2009

O volantim quer dizer
Que vem trazendo informação
Alcançando os mais longínquos pastos
Ramas verdes
Ou secas farfalhadas

Conhecimento que não tem dono
E precisa ser preservado
E não reservado
Boatos reais
A prosa é a prova

O andarilho quis falar
E levado com o vento
Vai levando a longínquos bosques
Além das montanhas
Notícias palavras boas novas
Àquele que souber ouvir

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Assistindo à tempestade
Tupan tupan
Catabrum
Catapam
Será isso grego
Ou onomatopéias
Tenho prazer debaixo d’água
Após cada relâmpago
Espera ansiosa
Seu som
A resposta
Assim como caem as gotas
Se dispersão os pingos
Trovoada
Trovão

domingo, 5 de abril de 2009

Cooperar
Pensa-se em ajuda
Compreender
Entrar em acordo
Colaborar
Trabalhar em conjunto

sábado, 4 de abril de 2009

O ser humano é sujo é nojento
Tanto quanto é belo e gracioso
De qualquer forma
O que há de errado com ele
Por que não se entende
Por que não se permite entender
Ao invés de interferir
Canalize a energia
Se há uma idéia
Portadora do benefício mútuo
Não perca a oportunidade

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Somente começo a entender
Esse quebra cabeças
Remontando cada peça
Experimentando

Cada canto e passagem
Para mostrar-se outro desenho
Vai procurando

Selecionando
Misturando
Errando

Tudo indo bem
Porque não tem ninguém para me apressar

Será difícil
Vou arriscar
E colocando cada peça no meu tempo
Vou completando

Vai-se formando
Surgindo

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Todos os padrões comprimidos em figuras distantes
Se me perguntam sobre porque gosto de escutar músicas tristes
Digo-lhes que é pra saber de como não quero sentir-me novamente

Quero o fugaz mais duradouro
Quero o volátil mais firme
O alicerce mais maleável

O mel tão amargo
O fel sempre doce
A destruição que cria
A transformação que dê forma

A deformação que modela
A beleza que se enfeia
A feiúra que se embeleza

Imersão que emerge
Imanência que emana
O mar de água com açúcar
E cachoeiras de água com sal

Quero frio escaldante
Teremos calor nos pólos
A rapidez da vagarosidade
A pressa acalmada

Vejo mais em nada do que em tão pouco
Quero a seriedade mais risonha
E o riso mais sincero

Quero olhos brilhantes de desejo de mudança
Quero o estático cambaleante
Quero dançar menos acanhado
Imagens figuradas em imaginação realizada

Quero sentir mais que sonho
Quero sonhar acordado
Quero um sonhar-viver não ilusório
Quero uma dialética perfeita

Quero os contrários se unindo
E algo mais em muito menos
Quero uma decepção estimulante

E desejo um beijo fulminante da terra
Que me exploda em árvore
Num enraizamento que impulsiona
Ao céu de todas as cores

Que me recomponha de um ponto
Radiando em gradiente
De mistério e milagre

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Essa incerteza é que me agonia
Não a espera em si
O aguarde
Nem o descaso
Tampouco
Bem eu minto
De certo esperam que não esperemos
Sofro de uma vontade reprimida
Descarrego minha esperança desse peso
Não desejo que isso me aflita
Espero somente alcançar em breve
A verificação dessa certeza