segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vamos entornar a bacia
E deixar transbordar alegria
Quando chegar o carnaval

domingo, 29 de novembro de 2009

Se fosse tudo legal
Nada mais então seria legal
Algo tem que ser chato
Porque se não tudo seria chato

sábado, 28 de novembro de 2009

C'est un avertissement
À mon avis
C'est une prémonition
Je me rapelle ce n'est pas la première fois
Ça fait longtemps et
Je ne comprends jamais
Si je ne me trompe pas
C'était seulement une conclusion froide

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Não precisamos acreditar em nada
porque na verdade isso pouco importa
só vale aquilo que sabemos que existe
nada vale a pena quando a alma é pequena

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

o ser (onde está) está além disso aqui

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Flui pelas oposições aos contrários
Pelo eterno movimento do mundo

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Não se deve desvendar a obscuridade
Deve-se adentrar nela

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A lua era o rasgo de um olho
Olhando pra baixo de perto

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Coisas incríveis podem acontecer
Se você se permitir
Conseqüências imprevisíveis
Acontecimentos históricos
Mortes
Dramas
Separações
O que fica é normalidade
Se de sempre acontece
Mas com esse comportamento
Tão despreparado

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Curioso por saber quão valeria minha lealdade
Se faço esse teste eu sou desleal
Se faço esse texto sou um réu confesso
Consideração
Queimei no inferno
Suava como porco
Pouquíssimo sentia dos meus pés
Não foi um pesadelo
Matei um formigueiro
E toda uma desgraça caiu sobre minha casa
Milhões de vidas
Eu acho triste uma formiga sozinha

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Me jogo no vento
Frescor de um sopro suave
Merecido zéfiro consonante
Contei-lhe já está história
Me confundo em dizê-la
Soube então
que sa bela fia ia se casar seu Petro
Foi-se então que para modre Deus
Concluir sa benção no matrimônio
Fez de ofertar-Lhe dos bavas
Polo que divia de se bastar
Fui correndo ya d'avisar
Que autro moço avia-lha espõsar
Mirou-me em misericórdia
E sentindo inha esesperaçon
Ofertou-me catro bavas
Pela modre eu não me leixar da novia
Anxi pum homi bastardo
E o vento soprou de longe uma estória parecida
Mas de que se nonada se compara
Sendo está mais do que inferior

domingo, 15 de novembro de 2009

Pouca coisa mudou desde que vim pra cá
Mesmo que tenha mudado não notaria
O que se move como um raio não me apraz
Seria possível talvez mil trovões
E o céu de ciclones figurando-se
Raios raios
Quem me fala
Corre atrás dele como um touro
Sempre destemido e disposto
Gira que roda que voa que lança tudo pelo chão
Do ar

sábado, 14 de novembro de 2009

Da terra me faço
Com o mar das águas
Choradas do rios
Nas florestas sem fim
Carregada de chuvas
Soprada nos ventos
Para a minha rua

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eu quero unir dois mundos
Penetrar no possível
Fazer de tempo-espaço um
Concedendo-lhe outro nome

Apresento-me solícito
Só na natureza encontro acalento
Meus dias são quentes
Só penso em morar na praia

Um dia é um colibri
Voando bem baixo sozinho
No outro uma cambaxirra
Que vem voar pertinho

Quanto prazer se pode encontrar
Eu quero ter em meu espírito
Somente dores e aflição
Vai encontrando o meu destino

Eu rio me desfinjo de tonto
Despretensioso num sorriso
Parece-me que fico bobo de repente
Sobretudo quando eu respiro

Há os que digam que sabem
Lidar com os sentimentos
Estranhas ironias
Tão difíceis de explicar

Eu quero o que quero
Eu me quero feliz
E se há prazer nesta vida
Eu vou onde ele está

Já não me interessa contentamento
Eu sedento desejo por satisfação
Eu me acabo com meus próprios vícios
Me consumo por instância

Vejo a lua cheia tão perto
Mas não a ponto de tocá-la
Sinto-me como no deserto
Agradeço porque tenho o que comer

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Não adianta eu dizer que sou justo
Se não pratico a justiça no meu dia-a-dia
Uso de subterfúgios para alcançar o que eu quero

Assim se sou melhor então
Não preciso utilizar-me desses artifícios
Se sou honesto eu vou conseguir o que eu quero

Com as armas que eu tenho
Eu vou chegar onde eu posso chegar
Não onde o outro chegou

De acordo com meus princípios
E não aquilo que a sociedade traça
A última batalha de Aquiles e Heitor

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A falta abre caminho
Devastando o vilarejo
A perda fez aquela primavera estiar
As casas se empobreceram
As fachadas ficaram tristes
As roupas ficaram rotas e viraram trapos
Eles já pouco comiam o que lhes punham no prato
A estrada que leva a vila ficou difícil
O caminho sumiu no mato
A chuva alimentava a esperança do povo
E a angústia que fazia presença
Começava a se dissipar
Campesinos perguntavam
Veremos os gira-sóis brilharem ainda esse ano
Teremos flores nesta estação
Este ano não tem verão
Vamos direto para o inverno
E a natureza como podia os ia influindo
Permaneçam seguros meus lindos filhos
Não pensem no inverno
É investimento o que precisam
Confiem e acreditem sem receio
Ainda há tempo para a colheita
A terra já foi lavrada
Seu empenho é necessário agora
Não fiquem aí esperando
Porque o seu choro não regará as sementes
Já lançadas onde a terra preparada as acolheu
Só precisam paciência e força na hora da lida
Num piscar a pequena flor alcança a luz
E verão o que só o amor constrói
Longe da apreensão e do medo
Acabou o tempo de sofrer
Sentem falta agora do que podem ter
Têm possibilidade de ter agora o que não poderão saber
Do trabalho de agora se colhe o futuro
A falta do que se poderá ter só se resolve plantando agora
O que não se sabe se irá colher
Mas se não houver plantio se não houver trabalho
O que é dúvida se torna certeza
A colheita não acontecerá
Não havendo o prazer no trabalho
Não se sorrirá ao ver as sementes germinarem
Muito menos se verá as simples plantas florescerem
Sentindo falta das flores tem-se que trabalhar no jardim

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Por que é mais fácil aceitar ser o amante
Porque este se sente valorizado
Por dividir e saber algo
Que o outro parceiro da pessoa não sabe
E este último por sua vez
Tem todo o direito de se sentir menosprezado
Por ter o orgulho ferido
Por não saber que o outro está dividindo algo com outro senão ele
Mas bem de fato o amante demonstra um desapego
Mas é porque se a pessoa trai a outra com ele
Poderá traí-lo com o próximo
O traído se sente inferior e não quero sentir isso
Ter alguém que não se tem só pra si
É o princípio de saber que se tem o que nunca foi seu
E nunca será o que por certo é verdade
Porém isto não impede de gostar aproveitar
Pois isto impede
Dividir quem não te pertence
Saber repartir pode ser bom
Mas o mais importante é saber deixar partir
Aceitar que não se sentirá bem de ver
Quem estava gostando de você
Sentindo mais prazer agora com outro
Aceitar que todos nós temos desejos tudo bem
E assumir as conseqüências
Isso é saber que você só tem a você mesmo
E que não pode contar com ninguém a não ser você mesmo
Eu prefiro assumir uma cumplicidade mas sei
Cada pessoa é uma chave única
Que em nós abre uma porta
Que precisa ficar aberta
Mas nesta ninguém mais passa
Decerto temos que ficar com quem mais gostamos
O carinho e os beijos podem ser de muitos
Porque é bom sentir prazer
Mas não são todos que aceitarão isso
Pra isso precisamos de uma grande compreensão que nem todos possuem
Há os que preferem ficar com quem gosta deles
Eu quero quem eu quero
Eu quero todas as pessoas de um jeito diferente entre si
Mas não duas pessoas diferentes do mesmo jeito

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O namoro está para o ato de namorar
Assim como amar está para viver
Começo pelo que mais amo
Só vivo porque amo
E vivo para amar
Amo a natureza
E amo tudo que é natural
Lugares preservados
Difíceis de alcançar
Quanto prazer em tenho de estar junto ao mar
De sentir a brisa bater
E uma cachoeira olhar
E provar o seu desapego
Da queda pro rio
Do rio pro mar
Da água da chuva que não para de cair
Quando a terra gira pra que eu possa ver o sol
Que só dura um dia mas é um ciclo eterno
E a natureza me enamora a cada instante
Com novas formas cores e fragrâncias
Me permitindo novas sensações
A cada momento como pra me agradar
E eu agradeço pois a ela nada mais posso oferecer
Não estando perfeita se aprimora
E essa beleza que me apaixona
Podemos namorar muitas pessoas ao mesmo tempo
Mas diferentes da natureza buscamos reconhecimento
Procuramos aceitação coisas com as quais ela não se preocupa
Namorar é deixar alguém enamorado por você
É mostrar o seu encanto o seu afeto e a possibilidade de se encantar novamente
Mas a natureza não se afeta com a beleza e não se importa em ser amada
Ela me ama nem sei porque talvez nem me ame
Mas recebo o que dela vem como presente
E me encanto sempre
Assim o que eu busco do mesmo jeito procuro
Amo porque amo
Namoro pra encantar
A natureza não precisa de mim
Mas eu sim

domingo, 8 de novembro de 2009

A simpatia é o princípio da amizade
Pois só se é amistoso a alguém
Quando se simpatiza
É uma espécie de afeto sem segundas intenções
Uma imagem sedutora que nos encanta
Por responder prematura e precariamente
Com elementos e características
Que preenchem requisitos satisfatórios
A sua existência
Agora há problema se o que se deseja
É obter algum tipo de benefício do outro
Pois é mais difícil gostar pelo que a pessoa é
Do que pelo que você quer que ela seja
Você pode estar atraído por apenas uma qualidade
Que no entanto te dê muito prazer
Mas que no peso com todas as outras falhas
Ou ainda outras pessoas e atividades que te proporcionam prazer
Ainda assim esta única qualidade que te agrada se sobressai
Pode contar que algo errado está acontecendo com você
Uma relação normal deve acontecer por livre reconciliação
A cada instante se deve encontrar um novo motivo pra continuar
Em tudo e para todos
Cada um possui uma qualidade e ninguém possui todas
Existem milhões de escolhas e formas de sentir prazer
Basta se permitir sentir o prazer sentir junto
Porque as necessidades de cada um são únicas
E a cada momento são novas
E se você se entende porque deixa de compreender os outros

sábado, 7 de novembro de 2009

O contato
Toque suave de prazer e desejo
Se traduz em palavras doces amigáveis
E o comportamento dócil amável
Busca inconstante de aproximação
Seja o olhar o toque o chamado
A procura por saber onde está
Já que está mais do que no pensamento
Precisa do toque do colo do afeto
Cumplicidade e compaixão
Muito delicada posição a se submeter
Um deslize e você pode se colocar num lugar oportuno
É preciso caráter pra não querer testar as atitudes
Pois não pedem julgamento
É confiar só em você e nada esperar
E a consideração está no respeito
No conhecimento mútuo das fraquezas
Antes mesmo de sabê-las
São os medos que nós mesmo temos
Do que imaginamos mas não experimentamos concretamente

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O duelo de olhares
Se refaz milhões de vezes
São feixes de imagens
Fugitivas da íris
No fundo sem fundo há um brilho
Uma luz que não pode ser lida
Desvios ocultam tal ato
Nas curvas nos traços nos cílios
O que se vê são as cores somente
Não sei se os leio como quero
Como forma somente
E isso impede que os leia à profundidade
Ou se o bloqueio está em seus olhos
Os meus desvio por respeito a esse prazer
Não enxergo o que vejo porém o que acredito ver
Verifico não saber nada pois não leio o que está sendo dito

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O confronto
Esta é a visão
Quando se encontra
O inesperado
Por desejo é tomado
De possuir o que sempre se quis
Até então e agora de repente
Prazer que se obtém no contato
Na aproximação
No receio e na apreensão
Que se transforma em coragem
Apoiado em seu potencial
E honra que te exige o mérito
Mas o que se combate
Não é o limite
A doação
A concordância
A comunhão
A divisão
A espera
A falta
Oh beleza feminina delicada
Maldade dizer que não te amo ser de Afrodite
Pois fere-te dizer que não te quero
A mim

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Parte de um corpo
Um corpo de sangue correndo
Correndo jorrando nas veias

Canos da cidade entupida
Sob aquilo que se vê
Completamente estetizado

Há então se deixar
Provocar um ardor
Louco por difusão

Versinhos muito bobos
Com palavras destacadas
E pouco cuidado na escolha

Acontece que estou sem saco
Pra arrumação
Deixo empilhar

Se tivesse uma solução
Pra diluir ou pra desligar
Me desconectar

No crânio a fissura sagital
E o cérebro é um meio
De se ligar em um lugar

Antes não tivesse entrelaçado
Pois me entrelaçando
Só me complico

Parece triste ouvir
Besteiras assim inconseqüentes
E tão desconcertantes

O que liga o trópico
Se está no norte
Se está no sul

Palavras michas
Que não explicam nada
Que já não soubéssemos

Mas é verdade
E centrifugada
Não parece importante

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Campos verdes
Belos prados
Gira-sóis
Muitas sementes
Florescendo
E nunca morrem
Chega a noite
Doce encanto
Retorna a luz
O mesmo brilho

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sentido sentimento e sensação
Não confunda linguagem literária com fantasia
Da fantasia provem toda realidade
A linguagem literária é real
A realidade não
Não confunda sofrimento com morte
Não confunda tristeza com decepção
Não confunda dor com cicatriz
Nem tudo que dói deixa cicatriz
A dor é invenção a cicatriz não
Uma você sente a outra você vê
E ver também não é sentir
A decepção dói mas é a visita da verdade
Mas qual verdade
Se inventamos a realidade pois a sentimos
A verdadeira criação é fantasia desde o princípio.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Não por causa delas mesmas mas porque eu sou assim
Isso é por minha causa por mim
A gente não merece nada da vida
Só o que a gente consegue
E tem e possui que nos faz quem somos não é assim
E não podemos depender de ou confiar a ninguém isso não é
Pois bem seja por mal então
Mas não deixe as pessoas confundirem as coisas
A fantasia é algo muito real
E o real é fantástico
Naturalmente
Então só há drama (ação)
Se houver mimesthai
Não há realidade sem imitatio sem fingere
Então não há que dar às coisas o peso que elas não tem
É como achar um absurdo o que é um adsurdo
É óbvio demais
Dessa forma não há sofrimento se não houver sofrimento
Pois o sofrimento não é nada a mais do que o que ele é
Resumindo, as pessoas dramatizam demais megadimencionam as coisas normais
Não se preocupe comigo eu só sinto o que eu sinto
Os nomes são aterrorizantes
Mas os sentidos são atenuados
Eu não ultradimeciono o que eu sinto
Se digo que sofrer
É um sofrer literário
Não vou me matar só pra me divertir
Eu vejo as pessoas ultradimencionam o que eu falo
Me parece como eu sentisse mil vezes aquilo
Não tem drama (sofrimento)
A vida é ação ficcional
Eu vivo a ficcão nua e crua
Eu vivo (invento e reinvento) o real
Não fico fantasiando
Eu me deixo levar
Porque a realidade é só um modo de fantasiar
E isso não se deve confundir
Pra não se dar valor maior que o necessário a coisas cotidianas hodienas normais gerais comuns coloquiais
Todos esses são incríveis habilidades do eterno
Pois tudo que é muito real o que há de mais real foi um dia inventado
Peço não confundir invenção com realidade pois eles são a mesma coisa
Foi só uma viagem de tantas outras
Eis o real
É normal ser fantástico
O que é fantástico é o que nada mais é do que o que é normal
Essas coisas que as pessoas não entendem quando eu falo de coisas simples como amar e sofrer
Ultramegadimencionam as coisas naturais
Não sei porque vocês são assim
Mas sei o porque de eu não o ser
Se o que é fantasia é real
Quando a gente está fantasiando na verdade
Estamos inventando o real
Porque nunca foi diferente
A todo instante em qualquer coisa ou assunto estamos inventando o real
Então estamos sempre fantasiando
Então fantasiar não é nada a mais do que fantasiar
Fantasiar não sendo fantaziar
Porque fantasiar é realizar
Que não é nada mais natural do que nada
Fantasiar não é fantasiar algo mais que a realidade não é estar fora da realidade
E sim é estar realizando
Por isso não se deve confundir ou separar os dois
Eles nem são parte da mesma coisa
Ele é a mesma coisa
A gente é que inventa (fantasia) separar um do outro
E foi o que se faz
É con-fuso não vou exigir que você entenda isso de uma hora pra outra
Não existe essa coisa de fantasia
A própria realidade é uma fantasia
A gente inventa o que a gente inventa que inventa
A mimesis da mimesis da mimesis do que a gente imagina idealiza
A realidade é só uma imagem da imagem do que a gente inventa que é real
Real é o que se realiza a fantasia se realiza da mesma forma que o real
A gente as inventa
Só é real o que a gente quer e a fantasia independe de nós
Ela é uma das possibilidades das realidades que se inventam
E eu digo não invente que você inventa, invente vivendo
Pois fantasia e realidade não existem
E são a mesma coisa
Só há o que há
Sem diferenciação
Nós que inventamos isso e ambas fantasia e realidade
A fantasia é a realidade que se realizou na sua cabeça
Mas e a realidade também não
Vocês diferenciam o que sentem do que vêem
Mas nada é real e isso é real não já sendo mas jazindo
Eu não vivo a realidade como fantasia
Nem a fantasia com realidade
Eu vivo os dois como as coisas são
Como um só
Intensamente
E aí é que está
Este intensamente tem um sentido mais grandioso pra vocês do que pra mim
Vocês superdimencionam as coisas
A gente fica medindo e pensando dando conotação ao que deve ser denotável
Essa conotação grandiosa é que é a fantasia que a gente fantasia que não seja realidade
confabular é planejar o real
E isso é realizar
Só que nós é que damos conotação errada ao que nada mais tem do que simplicidade
Uma coisa que é super normal mas que a gente divide separa
Dando uma outra conotação ao que também é realidade megadimencionando as coisas
Deixa-se de viver porque se acha que está fantasiando e a gente não tem que ficar medindo as coisas
Balanceando com os nossos próprios conceitos as coisas são o que as coisas são não o nome que a gente dá a elas
As coisas são o que as coisas são e pronto
A gente separa coisas que não tem separação
E assim não se vive porque se sonha
Se sonha achando que está sonhando
Mas se está viviendo
Então não se vive por pensar estar sonhando
As sensações não possuem rótulos prévios
Se a gente ficar pensando sobre como os conceitos de tudo nos afetam
Não vivemos as melhores coisas que nos dão prazer
Você pode considerar as coisas como certo e errado mesmo isso também não estando bem definido
Mas não podemos medir o que é pior ou melhor o que é mais grandioso ou despresível
Porque matar a ferir
Que será pior
Pois é
Por que como definir o que é mais pior
Ou o que é mais melhor
Grande é grande
E pronto
O que é é o que é
Sem conotação
Eu quero é viver
Sem me separar

domingo, 4 de outubro de 2009

É certo que há vezes em que me engano
Não seria capaz de responder a Esfinge
Como fizera Édipo e não o astuto Ulisses
Que embora demonstrasse o seu amor aos Troianos
Não saberia dizer a quem possue rosto de mulher
peito e cauda de leão e asas de pássaro
que a resposta para o seu enigma é o homem
Decifra-me ou te devoro ela disse
Édipo não foi estrangulado porém matou o pai
e transou com a mãe
Pois evitando foi que fez
Melhor se saiu Ulisses
demorou dez anos de retorno à casa
mas resistiu ao canto das sereias
e teve as mais graciosas e belas mulheres
após passar pelos desafios mais dicíceis
É estúpido pensar nisso
mas se fosse fácil não haveria desafio
Já ouvi coisas mais esquisitas
Eu vejo todos os dias nos jornais e Kika poderá confirmar
Quem entenderia uma história dessas
Se eu dissesse que não me surpreendo
Nunca diria o que realmente penso de verdade
Porque cada vez que eu digo isso
Me arrependo de surpresa
Que segredos tão tenebrosos habitará essa mente
Que desejos tão fascinantes e insperados
O que de tão normal que pode ser sem sentido
Coerência pensamentos lógicos decisivos
Maravilhoso não cabe ao sentido de wonder
Esse é o verdadeiro sentido da descoberta
Mas somente para quem não tem medo de perder a cabeça
Se a gente não pode lembrar no que não aconteceu
Como eu faço pra encontrar o que eu ainda não perdi
Eu não costumo megadimencionar as coisas
Mas de certo por vezes eu me engano
não há como saber de tudo
E eu não sei
Aliás pra quê
Uma hora se tem que morrer
Se eu não encarar agora não vou viver
Se é pra morrer que seja nos braços de uma mulher
Algumas coisas simplesmente não possuem explicação

sábado, 3 de outubro de 2009

O vento que bate no rosto
Brisa suave
Por vezes me acerta com violência
Arredio
Por vezes frio
Inodoro
Por vezes tira meus pés do chão
Soprando
Fugidio
Sempre sagaz
Por vezes quente
O vento fraco
E a ventania
Terrível brisa
Ventos medonhos
É um tornado
Ou um furação
Força destruidora
E o vento que bate no rosto
Já não é mais alegre
Prazer suave
Doce perfume
Uma brisa fresca
Caminhando por entre o jardim

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Querer ficar com outros é bem normal
Não querer ficar só preso a um também
Agora com medo de gostar não se vive

É difícil pra mim ver que outras pessoas
Obtêm tudo que eu queria e nada tenho
Quero só aquilo que está fora de alcance

A vontade de apertar não é a de prender
Quando tenho em minhas mãos o desejo
Vem só pra me dizer que nunca o tenho

Diga que mal há gostar curtir aproveitar
O prazer que se sente somente uma vez
Pois não querendo te perder eu já perdi

Nada houve então pois nada aconteceu
Depois deixou um buraco mas sou mar
Logo tomo meu lugar e o vento me leva

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Vai como for
Te tentei
Tentei me aproximar
Estou triste
Quando disse que não
Eu menti
Queria um tempo comigo
Esforcei-me pouco
Não sei querer evitar
E os meus olhos te querem
Fico triste um dia apenas
Amanhã já estou melhor
Sabe que passa
Mas é tristeza
E as Maravilhas
Daquele País
Distante de Alice
Não tenho hoje aqui

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Outra vez acreditei
em outro modo
de amar
fantasia
é certo que se vai perder
é fato
digo ninguém fica com ninguém para sempre
concordo por que não
está implícito
no mais a única opção é perder
não que isso seja mal
de maneira alguma
há sim também que se esquecer isso
o desconhecido não se pode valorar
como bem ou mal
o que se é preciso fazer é amar
se o amor é o princípio
já se começa pelo amar
e não faço diferença entre amizade
é tudo amor
não falo de um amor de mãe nem de amigo nem de colega nem
falo de um amor primordial que está em tudo
e antes de tudo
e que poucos percebem
antes de qualquer coisa aquilo já é o amor
e o que é a amizade se não o ato de ser amistoso a alguém
esse é o amigo
não alguém com a qual você divide interesses
ou ainda afazeres ou tarefas
ser amistoso é mais do que isso
e antes lá está o amor
não adianta você não vai amar ninguém como a sua mãe te ama
talvez você ame os seus pais com amor que seja considerado por você
mas ainda algum amor confuso por outro sentirás
outro fato é que não quero perder
mas deixo-me perder o controle
a entrega é sem medo
porque eu amo fundo
quais das pessoas que disseste amar
tudo o pão a água dividiria em partes iguais
ao encontrarem-se perdidos sós numa ilha deserta
em quem confiarias plenamente
compartilhasse tudo contigo
em quem está sua garantia

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Em vezes a espontaneidade me atrapalha com as palavras
devolvo ao expressar-me uma espécie de crueldade
e demonstrando a mágoa com que as mesmas me afetam
o ambiente as transforma em desconforto manifestação
como soa uma brutalidade transmitindo uma resposta
a força dos pulmões já castigados e torturados
a pressão do ar através da faringe comprimido
ressonante colidindo com a cavidade interna da boca
resultando um denso sopro de agonia e de angústia
mas não é apenas só isso grotesco parece-me pensar
ao contrário há muito mais do que arbitrariedade
rejuntando o mal uso com a força da expressão
um golpe de ar de estomago pútrido e fétido
se eu preferiria ter poupado-me e travado
sim não agi bem não reagi como deveria
sei de tudo o que escutaria parecendo-me um aviso
e ainda só enxergo assim depois de um tempo
já não mais vendo nem vivendo mas revivendo
desrecorrigindo aquilo que não aconteceu
incapaz de retornar ao ponto exato da pronuncia
daquelas ríspidas palavras desgostosas e carregadas

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um dia longo
Pensamento rápido
Uma boa ajuda sempre é válida
Na busca
No desafio
Não estar sozinho
A amizade prevalece
Em todas as formas de amor

domingo, 27 de setembro de 2009

Uns bebês desejos
Que berimbolam na cabeça
Daquela menina
Seu olhos brilham
E o coração mais forte
Se preparando
Pro ir e vir
Inextricável

sábado, 26 de setembro de 2009

Encaro o branco
O não escrito
A nuvem se decidindo
Se deságua
Se vacila
Quando o vento não a atrapalha

O negro se descobre
Se entrelaçando
Desenvolvendo
O negro brilha
Envolve o branco
E fica mais bonito

A água desaba
Num desafio
De encontro a terra
Que desapego
É emocionante
Seu novo lugar

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Respeito o atrevimento de certas pessoas
Excedem-se
Descompõem-se
Revigoram-se
Nunca maltratei-me os pensando mal
Sempre é lindo um novo sorriso

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Há hoje em dia
máquinas de destruição
tão grandes

Tão grandes
do tamanho de mega navios
que passam como tratores
rápidos como aviões

São mais como uma foice

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Nascer
O curto tempo
A morte
A perda
O curto tempo
As outras mortes
Contratempos materiais
O mesmo tempo
O doar
O curto tempo
Intimidade
A morte
Docemente
Aprender
O efêmero
O eterno

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Tão fatalizado
Tanto um quanto febril
Tento sem talento
Um verso margo

Cuspo no prato
Bato a cabeça
Que esculacho
Nada no lugar eu acho

Num entronco
O desencontro
Contrariando
As inferências

Apostando
No antigo erro
Respondendo
No reflexo

Ágil repreensível
Igualzinho fazia
Também pesou
E caiu

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Muita impede o instinto
Contendo afeto perdido
Arrebatando convalidado
Considerado inverossímil

Mil vezes repetindo então
Aquilo qual tanto pratico
Recalcitrante designado
A contrariar o contrariado

A atingir o brilho intenso
Respirando pacificamente
Transpirando um gélido
Congelando o inconsciente

Afastando pra bem longe
Essa nossa incompreensão
Dispensando algum lado
De nossa própria satisfação

terça-feira, 26 de maio de 2009

Estranho quando eu falo arranho
Um saco amarrar o sapato
Preciso é preciso amarrá-lo
No ato em um laço redondo

Aranha quando entendo fascina
Arrepia seu tramado ambiente
Amplia minha percepção
Essa oposição digamos diferente

Complica quando se multiplica
Expõe se o sujeito é posposto
Repenica esse negócio que coisa
E eu me arrisco tentando falar

Árvores são de imediato complexas
Nunca se sentiu tanta falta delas
E uma conta no final estará a pagar
Não me escondo reforço reviso

Há muito o que fazer e o tempo
Não se há como adiantá-lo não é
Corre dia gira mundo sobe desce
Repetindo petindo tindo indo

Rompendo com a barreira disso
Daquilo aí pois não é compreensível
Pergunto respondo demito o mito
Encaro a realidade esbarro conflito

Restou um enigma na pedra do sino
Ao sono soou e eu acordei sorrindo
Rasinho o riacho que vejo no caminho
Compondo a paisagem numa cor local

Não busquei provocar seus sentidos
Nem seus sentimentos distorcidos
Arroubo que não me é permitido
Confesso-te não sou nenhum erudito

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Quantas vezes tento lhe encontrar
Retomo o meu pensamento sensato
Conheço os critérios que respeito
Muito flexíveis variados e opcionais

Berimbolando-me anuviantemente
Resquícios de desejos e destinos
Inconclusas fantasias reprimidas
Quero alcançar o prazer infinito

Não quero morrer nem de longe
Tenho medo e as vezes penso e
Como penso quando durmo será
Será prazer infindo encontrado

Vencendo aquilo que temo ao fim
Acabará e o término será o enfrentar
Acontecimento que por hora tardará
Mas não nos escapará decerto que irá

domingo, 24 de maio de 2009

Houve um tempo onde eu morei
E a inspiração fazia cerca
Mas agora aqui tão longe
Caminhando pelo vale

Além do real não há limites
Lua rasgo minguante
Venus clarividente
Prestes a nascer o sol

O pão o escolhido
O contraste da cidade
A bela o barco a paróquia do penhasco
Fechou-se bem acontecido

Após um dia cansado
Foi aí que eu percebi
Passei despercebido
Mas arrastei um mistério

domingo, 17 de maio de 2009

Bom
Não tem problema
Na verdade
Isso gera outros problemas
Mas não é diretamente um
Não sei ainda como resolvê-lo
Mas enfim
Fazer o quê
Tudo se tormou muito difícil de repente
A dificudade
Com certeza aumenta o valor de uma conquista

sexta-feira, 8 de maio de 2009

(S)Obcecada apenas por uma noite...(*)(D)


a lua é simbolo do noturno, da madrugada, é simbolo feminino e por possuir seu brilho advindo do reflete clareza, paz de espirito, desejos que se configuram em fases e o quarto crescente representa a criação, a possibilidade, a lua remete também a inconstancia, a noite por ser obscura pede a lua uma guia, possibilitando encontros e seus esconderijos nas sombras, a profundeza das sombras iluminadas pela lua indicam a busca do esclarecimento por meio dos abismos

a estrela é sol longínquo e seu brilho distante significa esperança, os fracos raios por nós percebidos concluem a percepção da visão que é o sentido considerado mais importante porém a pouca luminosidade que aqui chega também é percebida mesmo que de maneira infima, a configuração da ornamentação co-estelar, favorece a imaginação, que pode ser usada pra retorcer e criar fantasias e delírios iluminados não por um mas infinilhões de perspectivas altivas que almejam seu lugar no espaço

pode se transmutar da água para o vinho, um traz a vida ou mesmo, e mais ainda, sempre leva a morte, uma vez por sua abundancia e outra por inanição, rica clarividente e é por si só, o que mais precisamos duas vezes, uma por ser ar e outra quando é água e só huma pequena diferença as separa, já o suco enebriante da uva, realoca a consciencia, nem a tira nem a traz, a conduz ao que apraz e entorpecido se encanta em devaneios possuidos de embreagez se satisfaz aos cantos suaves e bucólicos entregando-se ao confronto da ilusão e do real

sábado, 18 de abril de 2009

É o tempo que nós temos que investir
Sem quase imediato retorno
É a vida que nos espera
Que queremos adiantar
É querer fazer tudo
Mas nada poder
Pois tem-se que aguardar
A hora certa

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Quantas peças de enredo
Estratagemas e peripécias
Técnicas e métodos
Teorias e arte
Artifícios
Pra compor minha vida eu preciso

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Como nasci de um ovo
Não poderia deixar de comentar
Esse pequeno receptáculo
Que um dia ficou pequeno demais para mim
Esteve por pouco mais de 7 meses
Sendo carregado dentro de minha mãe
Após um período tórrido de tempo

Comemorar o coelho é sem sentido
Imaginemos que o mesmo ovo
Então dentro a senhora coelho
Um útero forte e portador da égide
Ao qual realmente devemos pensar
O útero da mulher de Abraão
O que possui muitos filhos

Coelho igual Abraão
Ovo igual útero esposa de Abraão
Comemora-se a chegada de um filho
Filho de Abraão trazido por este
Nascido para a nova era
Uma féria reunida em muitos feriados
Desde o tempo dos tempos

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Não estou pronto
Preciso ficar de prontidão
Ainda me decepciono com as pessoas
Ainda insisto em acreditar nos outros
Ainda dou força a mim mesmo
Confio tanto em mim que dou chance aos outros
Pareço ingênuo
Deixo-me levar pelo que acredito
Sou enganado por meus próprios sentimentos
Sou carregado pelo que eu sinto
Penso nos outros
Como gostaria que pensassem em mim
Isso não funciona
Sinto-me bobo
Penso em mim como um todo
Devo ser tolo
Pessoas não têm coragem de encarar a vida
E se escondem em sua individualidade

terça-feira, 14 de abril de 2009

Surpreso com o poder da matéria deslizante
Pura beleza cristalina e sensata
Sábia construtora de caminhos e barreiras
Penetrante porém já pouco abundante
Distribuída equilibradamente pelo planeta
Guerras borbulharão por sua forma mais aclamada
Uma nascente sempre suicidando
A satisfação da cede por seu consumo
Uma queda de cascatas cintilantes
Uma corrente de busca por sua fonte
Uma fonte de desejo ardente
Escorrendo saliva e suor
Um sedento ardor por sua falta
Rorredia farta e promíscua
Encontrada em quase todos os lugares
Seu valor perante aos secos leitos
Inundará todo o imenso vale
Que lá imerso então
Com a enchente
Escorrerá levando todos nossos bens
E a necessidade voluptuosa
Há de se dissolver em agonia
Apenas por uma gota d’água

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Tristeza às vezes me assola
Mas dentre todas as possibilidades
Essa tem o desfecho que desola
E como não haveria de ter facilidades
A corda de nossa vida se enrola

A Tristeza nessas vezes que me aterra
Decompõem-me em frações distintas
Porque entretanto a infalível flecha erra
E as Angústias tornam à mim famintas
Assim mais uma Alegria aqui se encerra

domingo, 12 de abril de 2009

Eu espero bastante
Talvez muito
Aguardo o quanto resisto
E o quanto me devém

Mapeando as condições
Pesando o custo-benefício
Custo há nenhum
Nem a ninguém

Benefício já não sei
Para mim ou para quem
Mas em todo o caso
Demoro a encontrar

Escolha do momento certo
Que só eu sei onde decidir
Tenho meus próprios fatores
Pra me segurar e me impelir

Pra ajudar a me guiar
Não pra trás ou pra frente
E sim verticalmente
Não me lanço pra errar

sábado, 11 de abril de 2009

Deu-se uma forma
Que manifestou-se em um molde
Impossibilitando outros caminhos
Selecionando movimentos e destinos
Pode-se contar algum fato de diversas maneiras
O fato pode ser contado de inúmeras maneiras
De acordo com os parâmetros estipulados
Ou com os que vão se dando
Mas por que medidas
Podem ser expandidas
Podem se expandir
À concretude
O sentido das metas
Ao contrário do que imagino
De tudo pode ter acontecido
Pode-se de tudo acontecer

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Delícia de Afrodite
Mensageira do amor
Portadora da jovialidade
Quero teus cabelos

Fêmea humana
Corpo de desejo
Quero te expor
Ao meu bel prazer

Quero te exibir
Não para uma plateia
Mas à minha particularidade

Desejo teu corpo
E verdade seja dita
Isso é só mais uma vaidade

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A palavra é um guia sonoro aspectual de efeito
De direcionamento e dimensionamento referencial
De efeito de aspecto de dimensão e direção
Onde cada uma tem seu próprio referencial de peso

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sempre que há uma transição
Podemos apostar em mudanças
Mas nunca saberíamos antes que aconteça
Talvez a cegueira possa ser a resposta
Devemos falar
Porém a esse propósito
Temos que reaprender a ouvir
Conhecer o reverente silêncio

Ao cair do dia
Da chegada a lua cheia
Noutro pólo do planeta
Uma estrela agora brilha
O vento aqui é suave e agradável
O frescor da mata próxima me acaricia

Quando a chuva parar
Talvez já tenha amanhecido
E o calor aumentará novamente
De qualquer forma
Devo estar preparado
Confiante

terça-feira, 7 de abril de 2009

O volantim quer dizer
Que vem trazendo informação
Alcançando os mais longínquos pastos
Ramas verdes
Ou secas farfalhadas

Conhecimento que não tem dono
E precisa ser preservado
E não reservado
Boatos reais
A prosa é a prova

O andarilho quis falar
E levado com o vento
Vai levando a longínquos bosques
Além das montanhas
Notícias palavras boas novas
Àquele que souber ouvir

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Assistindo à tempestade
Tupan tupan
Catabrum
Catapam
Será isso grego
Ou onomatopéias
Tenho prazer debaixo d’água
Após cada relâmpago
Espera ansiosa
Seu som
A resposta
Assim como caem as gotas
Se dispersão os pingos
Trovoada
Trovão

domingo, 5 de abril de 2009

Cooperar
Pensa-se em ajuda
Compreender
Entrar em acordo
Colaborar
Trabalhar em conjunto

sábado, 4 de abril de 2009

O ser humano é sujo é nojento
Tanto quanto é belo e gracioso
De qualquer forma
O que há de errado com ele
Por que não se entende
Por que não se permite entender
Ao invés de interferir
Canalize a energia
Se há uma idéia
Portadora do benefício mútuo
Não perca a oportunidade

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Somente começo a entender
Esse quebra cabeças
Remontando cada peça
Experimentando

Cada canto e passagem
Para mostrar-se outro desenho
Vai procurando

Selecionando
Misturando
Errando

Tudo indo bem
Porque não tem ninguém para me apressar

Será difícil
Vou arriscar
E colocando cada peça no meu tempo
Vou completando

Vai-se formando
Surgindo

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Todos os padrões comprimidos em figuras distantes
Se me perguntam sobre porque gosto de escutar músicas tristes
Digo-lhes que é pra saber de como não quero sentir-me novamente

Quero o fugaz mais duradouro
Quero o volátil mais firme
O alicerce mais maleável

O mel tão amargo
O fel sempre doce
A destruição que cria
A transformação que dê forma

A deformação que modela
A beleza que se enfeia
A feiúra que se embeleza

Imersão que emerge
Imanência que emana
O mar de água com açúcar
E cachoeiras de água com sal

Quero frio escaldante
Teremos calor nos pólos
A rapidez da vagarosidade
A pressa acalmada

Vejo mais em nada do que em tão pouco
Quero a seriedade mais risonha
E o riso mais sincero

Quero olhos brilhantes de desejo de mudança
Quero o estático cambaleante
Quero dançar menos acanhado
Imagens figuradas em imaginação realizada

Quero sentir mais que sonho
Quero sonhar acordado
Quero um sonhar-viver não ilusório
Quero uma dialética perfeita

Quero os contrários se unindo
E algo mais em muito menos
Quero uma decepção estimulante

E desejo um beijo fulminante da terra
Que me exploda em árvore
Num enraizamento que impulsiona
Ao céu de todas as cores

Que me recomponha de um ponto
Radiando em gradiente
De mistério e milagre

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Essa incerteza é que me agonia
Não a espera em si
O aguarde
Nem o descaso
Tampouco
Bem eu minto
De certo esperam que não esperemos
Sofro de uma vontade reprimida
Descarrego minha esperança desse peso
Não desejo que isso me aflita
Espero somente alcançar em breve
A verificação dessa certeza

terça-feira, 31 de março de 2009

Sabe
Sou daqueles
Que para vezes
Preferem viver em sonho
Pela inconstante mirabolante possibilidade incontrolável
De um desfecho não atendido
Sem frustração nem desgaste

Imediatamente se vê
Em outro lugar
Com medo e com frio
E qual o sentido de temer
Algo incompreendido
Medo de não ter medo
De desocultar algo escondido
Ou de descobrir algo coberto
O seu abrigo

Velando e acotovelando o desconhecido
Auto-velando a dor de cotovelo
A inveja e a impossibilidade
A consciência de estar preso
Não sólido
Partido

E se juntar realidade
E tornar realização
Será que eu estou exigindo muito da minha compreensão
Minha imaginação
Virá-a-ser
Materialização
A matéria em ação
Toque

segunda-feira, 30 de março de 2009

Houve um tempo no qual
Vivia no azul do céu
O que fazia eu lá
Se sou do mar

Um caranguejo
Guinchou-me
Com suas garras tenazes
Sabia onde me prender

Sabia também como
E a minha escolha
Voltou-se contra mim
Falhou meu discernimento

Me perdi do azul
Nem no marrom fiquei
Sou do vento
Que não tem cor

domingo, 29 de março de 2009

Quando eu cheguei nesse vale
Tudo já estava destruído
Nada sobrara além dos tocos das árvores
Recém queimadas

Também passava um rio ali
E dele nada mais restara
Havia secado
E sua margem coberta do que restou
Onde ficavam belas casa pastoris

Seria fácil ter evitado isso tudo
Se ao menos eu estivesse aqui
Uma interferência que eu não pude provocar
Sempre esperando o tempo pra plantar
Aliado aos ventos e às nuvens

Se antes já havia muito o que fazer
Agora com que posso contar
Tarefa sem jeito e sem fim
De algum modo há de se desencerrar

sábado, 28 de março de 2009

Dependendo de como
Vão se promovendo os eventos
A medida que vamos progredindo
Tudo o que vamos recebendo
De maneira que possamos
Transformar o porvir
Em realização

sexta-feira, 27 de março de 2009

Nós somos sempre impressionados
Na visão na audição na canção
Na pintura que o sol revela
Na diagramação da matriz
Invertida no olho
E no som
Nas imagens que tocam o coração
No toque no cheiro no gosto
Em tudo que sentimos

quinta-feira, 26 de março de 2009

A aparência conduz a cadência
Seus olhos verdes refratátios
Seus pelos louros brilhantes
Sua boca desenhada em seus lábios
Oh forma completamente feita
Oh beleza idealizada
Dificulta a aproximação
Brinco de pérolas em suas orelhas
Pele macia pelos suaves
Seu interior difícil de alcançar
Seu corpo é um véu
Sua alma impossível de enxergar
Dois lados
Cara e coroa
Aparência e riqueza
Conflitantes e ambivalentes

quarta-feira, 25 de março de 2009

Agora mesmo chegaram meus amigos
E me disseram que o dia estava propício
Levantei-me e fui com eles

terça-feira, 24 de março de 2009

Quando eu dormi 24 horas
Não vi o dia nem a noite
Era tarde
Quando acordei
O mundo ainda estava lá

Sob meus longos sonhos
Obtive e sofri prazer
Encontrei amigos
Antigas paixões
Quem ainda não conhecia

Lugares desconhecidos
Que me pareciam familiar
Praia com montanha
Totalmente no frio nu
Voando de asa delta

Sabia que tinha de voltar
Tentei várias vezes
Mas nunca ao mesmo lugar
Descobri outros mundos
E um novo motivo pra ficar

segunda-feira, 23 de março de 2009

Olhando o mar de longe
Perto do céu
Percebi que as ondas me convidam
Realizei um desejo
Minhas nereidas chamam
Nos poucos anos de vida que me restam
Logo a minha bicicleta de ossos estará montada
Tão logo eu vos puder deixar
Compreenderão

domingo, 22 de março de 2009

Quando o gato adentrou pela sala
Até o homem sábio calou
O insensível notou
A moça nova ensaiou
Um carinho acanhado

O gatinho deslizou
Se arrastou pelas pernas alheias
Conseguiu um pedaço de pão
Se espreguiçou
Se aninhou

Num colinho agarrado
Todo arrepiado
Querendo dormir aquecido
De afago e companhia
Longe da solidão

sábado, 21 de março de 2009

Saí à noite
Estava claro é preciso dizer
E não via-se as estrelas

Cada obstáculo
Tornava-se aparentemente
Pois não era o que pensava

Depois de certa curva
Deparei-me com a temperatura
Ventava forte

O bambuzal zunia
O galo cantou as quatro sequencialmente
Sequenciadamente

Minha cabeça estava parada
Aguardava para retomar o caminho
Em busca da morada do Sol

sexta-feira, 20 de março de 2009

Curvas sinuosas
Ela continua a mesma
Mas nem sempre continuará
Já a senti
Sempre espere a hora certa
Consentiu e aceitou
Hora de acelerar

Farol baixo
Voo alto
Corto fundo
Desço
Acelero
Freio
Mantendo suave o deslizar
Curtindo o vento
Controlando cada ponto
Tendo a visão

quinta-feira, 19 de março de 2009

A palavra é um efeito
De um evento
Mas nem tudo tem nome
As palavras mudam de sentido
Outras são substituídas
E muitas ficam desgastadas
Estamos sempre tentando
Dar um novo sentido às coisas
Uma coisa é uma palavra
E uma palavra é outra coisa

quarta-feira, 18 de março de 2009

Em queda livre
Sem instrumentos pra te reter
Renda-te ao peso do teu corpo

Sustentado pelo vento
Nos poucos segundos que te restam
Ocupando-te do incompreensível mundo de lembranças
Que retornará à tua cabeça nesta hora

Pegue fogo em um incêndio
Seja a brasa pressa chama
Queime tudo na fogueira

Afunde junto com seu barco
Afogue-se tentando salvar sua vida
Sufoque com água em seus pulmões
Tentando desesperadamente respirar

Seja o mártir
Morra com orgulho
Pode ser a tua única salvação
Morra com honra
Lute pelo que quer

Uma bala na cabeça
Uma espada sobre o pescoço
Guilhotina
Enforcamento

Não lhes permita pôr-te grilhões
Não lhes permita acorrentar-te
Tuas ideias não foram postas na prisão

terça-feira, 17 de março de 2009

Sou uma folha que cai
Cai e resta pelo chão

segunda-feira, 16 de março de 2009

Filho é uma coisa que a gente tem
Sabe
Não dá pra saber ao certo se você não tem um
Nem é a mesma coisa que ter um afilhado ou sobrinho
Ao certo não saberia dizer por quê
Porém tento dedicar-me a entender
Sou filho e talvez muito em breve
Possa vir a ser pai
Só uma coisinha
Levada por um caminho sinuoso
Até um ponto culminante
Acredito que não tenha chegado nem perto
Porque afinal precisa-se de um par
Que unidos serão um
Algumas outras formas há de haver
No entanto nem de longe serão a mesma coisa
O que pode ser imprevisível
Consequentemente será maravilhoso

domingo, 15 de março de 2009

Nasci no início do outono
Final do verão
Minha mãe deve ter sofrido a beça
Alegando por aquele calor
Ah o verão de 81
Talvez seja por isso que eu sou calorento
Pouco antes em agosto
Só podiam estar apaixonados
E então em 18 de março
Você sabe não é
Nem tudo sai
Do jeito que a gente quer

sábado, 14 de março de 2009

Escolhi o lugar
Capinei o mato
Alinhei o terreno
Assentei o entulho

Refiz meus planos
Aplanei os alicerces
Conferi o nível
Levantei as vigas

Reforcei o apoio
E pondo agora
Um tijolo por dia
Ergo as paredes

sexta-feira, 13 de março de 2009

Eu plantei uma semente
Em meados de primavera

E a cada dia um pouco de luz
E também um pouco d’água

Ela fazia parte de mim
Porque dedicava-me à ela

Ela então brotou
Irrompendo delicada e sutil

A cápsula do grãozinho
Deixou-se cair

Deixando à mostra
Duas frágeis folhinhas

Sendo levantadas do terreno
Por um pequeno corpinho

Passados outros sóis
Outras pequenas folhas apareceram

Diferenciando-se das demais
Multiplicando-se pela pontas

Seu desenvolvimento
Em momento vegetativo

Atingiu uma boa altura
Muito frondosa e bonita

Muita chuva e muito sol
Tratamento especial

Me deu muito belas flores
Como recompensa pelo trabalho

Pagamento justo
A um bem inigualável

Suave doçura feminina
Força energia e disposição

Pra renovar as esperanças
No manejo diário do cultivo

quinta-feira, 12 de março de 2009

Puro
Mel puro
Não foi fácil consegui-lo
Muito menos encontrá-lo

Mel
Doce mel
Melado nos meus dedos
Transbordando por minha boca

Ainda tendo sofrido
Valeu mais do que ter desistido
Procurei encontrei
Fui até o fim

Agora preciso
Aprender a controlar
Dominar as abelhas
Seremos só prazer

quarta-feira, 11 de março de 2009

Vi uns meninos
Que jogavam-se
De uma ponte
Era desprendimento

Acompanhei com os olhos
Uma jovem que andava de bicicleta
Não estava apressada
Passeava serena

Dava voltas na praça
Uma senhora simpática
Apelidei-a de docinho
Era idosa porém bonita

Outro dia numa pescaria
Distraí-me com o mar
Quase que a água me teve
Lembrei dos garotos

Os peixes ficaram na geladeira
Não os comi
Mas talvez alguém os tenha
Afinal estavam frescos

Corri para o para peito da janela
Lá fora havia um pássaro
Que eu jamais havia visto
Era só uma cambaxirra

Dediquei um bom tempo
Pensando sobre ela
Mais do que aos outros casos
Devo fazer o contrário

terça-feira, 10 de março de 2009

Uma pequena flor delicada
Na beira da estrada
No lixão
Ou em uma vala
Uma cena bem conhecida

Um mendigo nojento
Imundo na rua
Catando latas
Perto dos seus pés
Já me deparei com isso

Dentro do trem sentado no canto
Um aleijado perneta
Andando sobre um skate
Pedindo uma esmola
Já passou do meu lado

Ou seria compaixão
Compadecimento
Talvez uma ajuda
Não uma migalha

Algo que mudasse
Alterasse aquela realidade
Dormi com a cabeça no travesseiro
Outros dormiram no chão

segunda-feira, 9 de março de 2009

O rio estendeu-se no mar
E assim saiu pra navegar
Léguas de distancia
Para o que não se sabia

Orientado pelas estralas
Guiado pelo vento
Afastado pelas marés
Surrado pelas ondas

Atravessaram oceanos
Desafiaram o desconhecido
Enfrentaram seus limites
Por muitas noites e dias

Escassez de água e comida
Suprimentos contaminados
Doenças imprevisíveis
Confinamento e o mar

Somente um dever a cumprir
Manter-se vivo até então
Chegar ao outro lado
Conhecer o paraíso

domingo, 8 de março de 2009

Devia encurtar o tempo
E estender o prazer
Mas como não é assim
Enquanto aguardo

O que posso fazer nesse espaço
Devia escutar o vento
Sou o mecanismo das ondas
Como a base no fundo do mar

Choveu e encheu os riachos
Nuvens levadas pela tempestade
Escureceram o céu
Aumentaram as ondas

Trouxeram também muito lixo
O que rendeu-nos muito trabalho
E toda vez que irradia-se o sol
Anuncia-se mais outra jornada

sábado, 7 de março de 2009

Arcabouço de ilusões
Pedra magna da deturpação
Fusionando sua impressão
Classificando efeitos

Feito nuvem tomando cores
Dos raios gradientes do Sol
Das curvas da atmosféra
Microprismas segurando o ar

Dicipando cromóticamente
Luz impactando sentimentos
Informações me enfeitiçando
Distorções se especificando

sexta-feira, 6 de março de 2009

Ontem
Eu vi um homem morto
Que nem ao menos
Havia vivido

Furou-lhe uma flecha de fogo
No lado esquerdo
Penetrou-lhe o pulmão
Já não podia respirar

Você já viu um homem morrer sem respirar

Seu sangue vertendo pela boca e nariz
Seu olhos inchando esbugalhados

Suas mãos tremendo
Seu rosto suado
Seu olhar de desespero
Sua voz já embargada

Solitário imenso mundo
Erguido no horizonte
Dia quente qual deserto
Eremita do coração

quinta-feira, 5 de março de 2009

Estou atordoado
Meu nome já não sei

Sou água e fogo
Sou terra e ar

Jupiter Mercúrio e Marte
A esperar o Sol chegar

quarta-feira, 4 de março de 2009

Havia uma rua por onde passava um rapaz
Sempre que sentia saudades
Não venha me perguntar como eu sei disso
Pois outra razão não haveria

De modo que como sempre faço
Ou ainda posso tentar fazer um pouco mais
Lembranças a cada esquina que me atrai
Levando em giros sobre as pedras os pedais

Com os pés em nuvem rodopiando
Avançando ao encontro logo lá
Observando pude aprender a servir
Ele gostava de servir não teve bom desempenho

Não não não não era culpa dele
E olha eu lá já a o defender
Pois bem não faz mal
Ela também tinha seus probleminhas

Mas enfim ele queria estar sob os palcos
Mas não foi bem sucedido
Tentou outra coisa influenciado
Essa foi a pior

Melhor seria ter se tornado cozinheiro
De outra forma não podia evitar
E terminou fazendo tudo o que era preciso
Ele vive se descobrindo esse cara

Então agora parece definitivo coisa e tal
O negócio tá andado bonito e era necessário
Pois afinal todo preconceito deve ser barrado
E todo limite como pode deve ser quebrado

Ele quase nunca mais passa naquela rua
Porém se passa mesmo assim nunca chama
É impressionante quanto tempo se passou
Acredito que ela guarde nenhum sentimento por ele

terça-feira, 3 de março de 2009

Soube que havia ouro do outro lado do paraíso
Um lugar obscuro
Onde não havia princesa encantada
Um vale escuro

Despenquei-me de onde estava
Lá sim estava muito bom
Estive ausente
E o caminho não foi nem de longe difícil

Na verdade foi fácil até demais
Dentre os poucos anos que passei lá
Perdi o pouco que tinha tentando achar
O que de jeito algum não havia

O que havia era a multidão desesperada
E o povo derrubando o que podia
Cavando a terra e se enterrando na lama
Disputando a dentadas um pequeno pedaço

Ao meu redor não podia contar
Não fui aceito com satisfação
Não tenho aliados aqui estou à mim
Definitivamente nessa questão

Vim sabendo o porque mais chegando
Contradigo o que eu disse antes de abandonar meu lar
Só se o lance for um negócio certo
De caráter real compromissado

Na confusão sem nenhuma regra cada um por si
Não fomos longe dando murro em ponta de faca
Façamos de outra maneira da próxima vez
Pois estava perigoso tudo aquilo ali

Daquele mesmo jeito que estava
Deixei o lugar não mais me coloquei naquela posição
Esperava demais de meus companheiros
Nunca pensando em mim somente

Quando retornei tudo havia se perdido
A casa e tudo mais que conquistei outrora
Com aquilo me tinha esquecido
Agora de nada mais passariam

Comecei novamente do princípio do ser
E agora quem vos fala pouco possui
Mas é feliz e sabe de tudo mais
O que tem é precioso

Talvez você saiba o que é
Não é ouro não é mulher
É essa terra que me há sobre os pés o que mais poderia ser
De onde eu recolho alegria no pé com os pés no chão

segunda-feira, 2 de março de 2009

Outras vezes que passei por aqui
Não via as coisas como eram
Tem que descer
E fazer o reconhecimento

Não adianta passar a cara
Tem que dedicar ao serviço
Um pouco mais de tempo
Do que o que você acha necessário

Desligue a tv e vá dormir
Acorde cedo e leia o jornal
Dê preferência a originalidade
Não falseei consigo mesmo

Autenticidade é primordial
Gerencie seus princípios
Não seja nulo e então
Participe da tenção

É como uma grande corrente
Seu sentido é o que dará
Às subsequentes perguntas
Quem chama e pelo que veio

Hoje estou aqui
Tudo que passou
Pois as posições
Em distintos lugares

Acordando a cada dia
Prestes a me entregar
Revivo a cada respiração
Preservando o meu lugar

Conquistando
A cada curva nunca vista
Uma nova perspectiva
Um novo sentido
De todo aprendizado

domingo, 1 de março de 2009

Acabei de acordar e pensava em ser feliz
Não desanimei quando senti meu corpo
Foi um imenso prazer poder respirar
Estiquei-me

Movi-me com dificuldade ainda podia caminhar
Chutei umas coisas pelo caminho
Ainda conseguia me abaixar
Catei-as

Andei até a cozinha bebi leite
Comi pão com o que tinha na geladeira
Não deixei louças para lavar
Lavei-as

Apressei-me pois tinha um encontro
Às vezes falo sozinho comigo mesmo
Você deveria tentar pois
Evitaria um bocado

Um bom gole de café antes de sair
Dispensei o cigarro chegou a condução
É cedo aqui no meu bairro
Corri

Começa assim
Mas pode terminar melhor
É só dar uma adequada
Foi assim que a conheci

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sonhei contigo
Pois estávamos juntos

Medo
Não tínhamos

Se sentíamos o perfume de flores
Perto víamos o mar

A água tocava meus pés
Eu te tocava

Não havia perigo
A água era quente
E o vento soprava macio

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Propósito
Você o tem
Desenvoltura
Persuasão
Personalidade
Se você muda de idéia facilmente ou frequentemente
Sabe que engana uns e outros
Mas de uma forma
É ciente que também sabem sobre você
Direção
Comando
Produção
Conspire
Deseje
Conquiste
Esse é o seu território
Esse dia é seu
Esse sol é pra você
Reme
Segure bem firme as velas
Pois o tempo pode mudar
Uma tempestade pode estar se aproximando por ai
Prepare-se
Pois o nunca se sabe
E o sempre é definitivo

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bati
Mas dessa vez foi diferente
Sentia com se fosse um parente
Isso não se faz
Parti pra cima
Ajeitei um tapa bem na face
Queria me livrar disso
Foram poucas vezes
Talvez quatro ou cinco
Uma atrocidade
Desprezível
Ainda muito me arrependo
Às vezes lembro
Fui horrível
O impulso de uma maldade
Pode levar a acontecimentos mais sérios
Nunca mais aconteceu
E o que foi preciso
Sinto muito
Pois só tínhamos um problema

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Tua existência
Tua forma
Teu jeito de ser
Teu conteúdo

Teu cheiro
Teu desejo
E sobretudo
Estar contigo

Foi inevitável
Era melhor
Ter esperado
A lua nova

Tua sedução
Tua presença
E teus cabelos
É tudo irresistível

Hoje
Como posso dizer
Acho que não tem nada a ver
E não faz sentido
Acho que nunca fez

Então por que isso
É duro estar enganado
E às vezes admitir
Honra e bravura

Sobre você
Não tenho certezas
Sob você
Nem sei o que esperar

Devo partir amanhã
Aqui não é meu lugar
Vou para saber
Qual é ao horizonte

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Percepção
Eu vou atacar essa palavra
Bombardear esse conceito
Espremer esse sentido
Alvejar o seu significado

Eu tenho um olhar diferente agora
Muito já se passou
Como fui criança
Foi bom
Mas como fiz besteira

Quero aprender mais rápido
Era tão bom quando transgredir
Era apenas roubar um pedaço de bolo da geladeira
Ou apoiar o cotovelo sobre mesa

Já quebrei pratos
Já joguei comida fora
E já desperdicei tempo demais
Judiei de alguém
Cacei um animal selvagem indefeso

Eu fui bobo insensato inconsequente
Isso não tem volta
E como esse balão só roda pra lá
Vou com cor dando novos tons pros velhos verbos

É sempre a mesma coisa
E desde muito vem acontecendo
Não faça-se de rogado
Cumpra o comprimento dessa compreensão

Se alinhe com o universo multiversado
Não seja um nem vários seja todos seja você
Seja você sozinho único e não seja nada
Dê a você todas as possibilidades

Abra a sua mente
Encante-se com invisível
Dê um sentido amplo a sua vida
Faça ser a amplidão

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Esbarrei com a imensidão dos verdes
Chafurdei na lama
Procurei abrigo
E a umidade sufocou meus lampejos de respiração

Entronquei na ribanceira
Aproximei-me do desfiladeiro
Suado cansado fatigado acabado
Irreversivelmente longe de casa

Inflamações pelo corpo
Dominava-me uma infecção
Enfermidades do progresso
Falhordas da carcaça

Dobrei mais uma colina
Mais um monte
Mais um morro
A alta montanha inda não passou

Deslizei no barranco
Sustentei-me
Escoriações
Complemento

Flagrei-me percorrendo
Enfadado dominando-me
No meio da mata fechada
Seguro ao menos dos outros

Subindo escadas e rampas
Sozinho comigo mesmo
Desrespeitando meus limites
Arriscando minha posição

Sobrevivi à prova proposta por pouco
Nunca sabe-se o que te pode propor a vida
Inexplicáveis acontecimentos inesperados
Inexoráveis situações às quais tens que enfrentar

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Até mesmo você
Pode entender
Nada houve antes
Escute agora

Comece novamente
Comece de novo
Recomece
Você é o princípio
O principal

Como as árvores sabem
O que pode estar envolta
Envolto no seu corpo
Sentindo sua pele

Alguns bons anos
Quebrados outros galhos
Sangue seiva na selva
Solvendo com um pedaço
À uma floresta inteira

Um gole d’água
Pr’um boi faminto
Um chumaço da grama
Pr’eu não morrer d’inanição

Replantando replanejando
Não é impossível
Não diga-me como reviver
Não é mágica

Está no tomo
Está no ato
No movimento
O momento certo

No multiverso
Verticalizado
Em verivérbio
Parabolizado

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Siga o som
Corra aos ruídos
Preste atenção
Acredite
Credite
É crível
Confie

Isso corresponde
Com o que sabíamos ser a verdade
Esta além do sou

Sol
Posso eu
Possuo
Porém
Com muitos sois o poder

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Informação
Informe
Não pode ser extraído de nós
Somos todos um
Não tente esconder informações privilegiadas
Descobriremos você
Porque estamos em todos os lugares
Somos tudo o que pensa
Pense que você nem mesmo é o que é
Da maneira que estamos indo
Pouco se salvará eu sei
Pondere
Questione
Envolva-se
Volte-se para o que é seu
Viemos da água
Somos a terra
Crível
Exponha-se
Floresça
Permita-se
De curso ao seu destino
Não se esqueça
Não pode ter retirado de nós
Forme-se
Apresente-se
Seja uma queda-livre
Mantenha-se firme
Planando
Voando alto
Lidere
Conquiste
Não se leve pelo que os outros falam
Eleve-se
Guie-se pelo vento e pelas ondas
Pela lua
Olhe sempre pra ela
Mesmo quando não a vê
Ela está lá
E quando a vir
É sinal o sol está brilhando
Levando luz à todo lugar
Iluminando

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Aspecto sonoro
Nada pode ser aspectual
Principal forma de comunicação
Sons
Gestos
Imagens
Vibração
Convergência
Imagine-se num holograma
Não veja nada com os olhos de antes
Nada pode ser enxergado
Nada é o que vê
O que vê não é o que vê
É o que pensa

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cada informação
Está ligada
A uma forma de reconhecimento

Cada forma
Cada cor
Cada luz
Cada sabor

Experimente
Ser cego
Ser surdo
Ser mudo

Seja mais humano
Não seja tão preconceituoso
Pode ser você
O próximo humilhado

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Constatar
Consciência
Concordância

Coincidência
Convidado
Conflito

Constituído
Compartido
Conformado

Cooperação
Coerência
Competência

Convivência
Consequência
Continuidade

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Se existem segredos
São para ser mantidos
Se forem esquecidos
Assim deveria ter sido

Para começar a entender
É preciso escutar
O que é possível saber
Que mais ninguém saiba

Naturalmente precioso
Preciosidade natural
Silencio não exatamente
Ausência total de som

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Origem
Trajeto
Destino

Onde está o rio em sua margem
Trafegando jeitoso por todos os cantos
Desembocando seu tino no mar

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Indecisão
Decisão
Cisão

Como decidir
Decepar
Interromper
Uma artéria

O que seria
Ia
Foi
Passou
Já era
E agora

Se
Sabe o que você faria
Iria
Concentre-se
Prepare-se
Rápido
Não vacile
Não hesite

Evite
Quem você vai isentar
Adiante
Quem você quer culpar

Escolha
Colha
Faça
Agora
Não perca
Não se perca
E então
Aconteça

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

As pessoas estão sempre
Posicionando-se no mesmo vazio
Ao olhar da janela a multidão
Percebi que andando
Parecia parada
E que assim movendo-se
Seu lugar
Nunca estava desocupado

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Se um olhar
Pudesse arrancar pedaço
Se um suspiro
Pudesse tirar o fôlego
Se um beijo
Pudesse aplacar o desejo
Se um toque
Pudesse esmagar meu peito

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Compassou-se o tempo
Descontrolou-se o ser
Aperfeiçoou-se o modo
Paradoxou-se composto

Detrimiu-se cem por um
Encontrou-se uma parte
Destruiu-se outras mais
Correto engano sensato

Certa sensatez enganada
Carregando-se de quase tudo
Levando-se de um pouco
Deixando-se em quase nada

Concretizou-se com o chão
Caiu-se dentro do pavimento
Decompôs-se por uns milhões
Justamente em muitos pedaços

Juntando-se dispersos inexatos
Caprichando na liga de encaixe
Aprontando uma nova virtude
Completa participação em vida

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

De qualquer forma
Dessa maneira
Em todo caso
Consequentemente
Faz todo o sentido
De haver acontecido

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um planta que te lembra
Um lugar

Uma pedra que te leva
À pensar

Aquele brilhinho no mar
E uma ilha

Um homem à trabalhar
Um barco à chegar

Para o horizonte disforme

O inesperado

Do continente
A esperança

Eu sou a ilha

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Capurei uma curta cena
Os seus olhos se fechavam
Tão pesadas suas palpebras

Os seus cílios se encontraram
De repente um balanceio
Que a desperta sem receio

Toma um colo
E adormece
Em seus sonhos

Num descanso merecido
Num lugar guarnecido
Protegido em seu interior

O desconhecido
Que a espera
Entonteia

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Como as águas se dividem
No ruidoso brando abandono
Branco verde azul escuro
Lentamente e chuviscando
Lá sozinha a areia fria
Se esparrama no silêncio
E o ruído fica para trás
Casas baixas nos morros
Coloridos de muitos tons
Cor de mato e altas árvores
Nuvens cinzas calmo planta
Sociabilitando convivência
Continente distancia-se
No estreito de uma ponte
E enquanto vai ninando
Cochilando se eternece
Sob os raios escondidos

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

São verdades que eu invento para mim
Eram figuras que se pintavam como eu vi
Somos capazes de não saber o que podemos
Sou feliz por saber que sou pequeno
É perigoso mas não é impossível
Morri de amores e não tive um abrigo
Mas foi noite diferente
Sem chuva nem sol
Sem dia sem nuvem
Nem a lua
E daquela verdade hoje vejo
Ser desta forma eu o pintor
Inverti o quadro
Revirei no vento
Dei novas formas
Nasceram o que inventei
Desse nadar no mar infinito
E eu dentro dele

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Análise contextual
Estabelecendo fatores
Contestando elementos
Redistribuindo os fatos

Fatos redistribuindo elementos
Contestando fatores
Estabelecendo contextos
Para a análise

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Como é uma maravilha poder não saber
Se nascêssemos sabendo fácil demais seria
Claro que todo dia nada seria novo
E sinto que todo sempre apagado estaria

Que graça jamais teria saber tudo do futuro
Nada se inventaria e não se construiria o mundo
Depois de milhões de anos acabou que começou
Aqui nesse mundo de nada coisa alguma aconteceu

E esse ser que vos escreve em português simplório
Conta com a fina arte parte do que aqui se sucedeu
Descobriu-se o fogo a roda inventaram pois a escrita
Encontrou-se facilmente uma maneira de simplificar

E as coisas que existem foram ficando mais ábeis
O manuseio aprimorado e os conceitos complicados
A falta do que fazer nutriu muita ignorância
E por pensar demais poucos fizeram fama

Força bruta era preciso mas o que dela seria
Sem o raciocínio estético e também o estilístico
Vai viajando do fogo até o aparelho móvel e assim
Ponha a escrita no meio fez-se a internet

Um negócio desse na mão dos seres humanos
A menos de dez mil anos domesticaram as plantas
Improvisando nos palanques das esquinas
E sem esculacho vamô botá pra quebrá

A parada é o seguinte tá tudo muito na zona
Vamos colocar o português na língua
Quero dizer na linha na régua no mapa no papel
Não dá mais pra segurar o pobrema

Pois então vai segurando essa mamona aí
Enquanto isso eu vou levando essa mamata
E essa bola nas costas leva você
Eu vou levando essa bolada do Brasil pro exterior

Olha onde levamos isso e como vamos levando
Dá pra construir um mundo ainda melhor e então
Conquistar uma nova visão do futuro imprevisível
Da chegada alongada sempre seguindo o horizonte

Visitando um novo passo e abrindo novas fronteiras
Estremecendo os encontros dos abismos sem fim
Iluminando os despenhadeiros falsos e torpes
Dinamicamente a perfeição vai-se moldando

Esculpindo no tempo e no vento nada se levará
E as lembranças por quanto mais vai recordar
E agora o presente do que será que vai ficar
O que eu posso fazer vou me perguntar agora

E todo e cada dia mais voltemos a pensar e agir
A raciocinar a construir pela razão ou a força
Ordem e progresso grandes desafios propostos
Recordar o passado e construir um novo futuro

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Coube no meu caminho
Um pecado de carinho
Um afago um beijo intenso
Um aviso no escuro

Todo olhar da sala no canto
E um desejo polido
O ambiente se apropria
Ganhando terreno

Mais antes ou depois
Se encaminha imprevisível
Por esse coração ansioso
E bastante decidido

Mais ao longe ou por perto
Se destina irreversível
Por esse seu corpo quente
E faminto de alívio

Após algum tempo
Em reservado então
Ficou um resquício
Algo inacabado

Os efeitos disso tudo
Só saberão caros amigos
Num futuro não contado
E ainda desconhecido

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Não quero saber a coisa
Como algo que existe ou fato
Tem de um bocado duvidoso

Se tem uma dúvida pode perguntar
De preferência pra você mesmo primeiro

Gosto de lembrar que tinha esquecido
Uma coisa que eu já soube um dia
Como posso lembrar daquilo
Que parecia já ter passado despercebido

Recordar-se
Esquecer-se
Lembrar-se
Perder-se
No tempo da mente

Se apaga
E retoma
Reencontra
Num estímulo qualquer
Uma porta pra passar o que quiser

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Me distraí
Deixei passar o tempo
Me concentrei naquele momento

Subi alto
Perdi o fôlego sedento
Encontrei descortinada uma fonte

Debrucei-me
No chão pedregoso molhado
Escorregadio córrego talhado

Sorvi lábios
Água doce cristalina
Percorrendo meu corpo por dentro

Recompôs-me
Pois sois parte de mim
Enformando meu corpo completo

domingo, 25 de janeiro de 2009

Quis fazer de ímpeto
Controlei o hábito
Arrisquei da base
Estabeleci a queda

E o meu cavalo
Partiu-se arriba
Trovou no monte
Apontou na mira

Estabilizei o alvo
Mirei à frente
Numa corrida
Num campo alto

Contornamos ao passo
Dobramos às nuvens
Atravessamos curvas
Conquistamos o espaço

Domei-o com uma faixa branca
No meio do voo azul às alturas
Galopei como montado no vento
Estrelas se enlaçavam em meu cabelo

Tínhamos o máximo
Das proporções que alcançamos
Voltamos tão rápido
Pareceu-me um estalo

Em nosso passeio
Vivi em muitos eus
Experimentei sensações
Compreendi além de mim

Toda a minha linguagem
Não há de expressar
Tamanha vontade
De poder voltar

sábado, 24 de janeiro de 2009

Tonteei com a desfeita
Que há nesse mundo
Ingratidão gratuita
E falta de consideração

Interesses exclusos
E acomodação
Desinteresse ao próximo
E trapaça de montão

Neca de vergonha na cara
Pacas de malandragem barata
Renúncia na hora da precisão
Vacilo enfraquecimento e hesitação

Na hora que tá tudo bom
O pé firme do seu lado
Se aparece algo melhor
Dê adeus a seu aliado

Tá desfeito o nosso trato
Nunca houve um pacto
O desfeito descumprido
Conflitou os interesses

Sempre querendo vantagem
Inventando a deus-dará
Fácil tirar proveito
Fácil-fácil

Se entregando de cabeça
Sem pensar às consequências
Entrando água o tempo inteiro
E vai levando essa canoa furada

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Disfarcei quando vi
As caveiras andando
Nas ruas e nos cerros
No porto e nas ladeiras

Ascensores carregando
Os passantes para o alto
Movimentando as subidas
Levando as vidas aos saltos

Sobre os morros relevantes
Casitas enfeitadas e coloridas
Reluzem seu brilho sob a noite
Nas ruas com seu fluxo constante

O paraíso e um vinhedo a beira mar
Continuando em belas praias pacíficas
De encontro ao mundo em direção do oeste
E o sol vai se findando se afundando no oceano

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Vagou pelo escuro
Piscou o seu lume
Desconfio de longe
Ouço tiros no fundo

Ainda me resta
Um pátio de terra
Um palmo de vida
Na vasta cidade

Meu bairro é distinto
Algo incomparável
De dia o caragaio
À noite um abrigo

O calor das praias
Um corpo feminino
O gelo da água
Pra acalmar o desejo

Aclamando o direito
De sentir-me confortável
Desconstruindo o incrível
Simplificando o provável

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Satisfeito do voo e afastando-se da cidade
Tão rápido decola acelerando e descolando
O chão ficado pra trás rumando ao cosmos
Foi-se um desejo revelado enfim realizado

Concretizou-se do concreto no puro cobre
Aprofundou os limites dos povos alocados
Afunilou os poderes de quem faz e recebe
É contrário e disforme o esquisito recinto

Conflitando com opulência e sofreguidão
Defrontei-me com populações e os campos
Versei com senhoras, mendigos e crianças
Igual à mim diversas recordações ficaram

Lembranças em outras muitas semelhanças
Distancias desconhecidas apresentando-se
Aos olhos mais curiosos apegando-se no ato
Decorre ao toque o ritmo desse vasto mundo

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Caiu a noite de uma vez
O dia desapareceu

Escondeu-se entre as montanhas
Dando trégua pras alturas

Refletindo inconformado
Foi-se pago
Como um raio

Nem de perto
Lá se via

Atrás das forças divinas
Dos terrenos da terra

Nos caminhos sinuosos
Desfilando olhando o rio
Que se entroncam vantajosos

Depois de um curto túnel
Antiga passagem da morte

Nas novas estradas lisas
Na terra seguindo traçado

Um grande vale e lindos rios
O rico verde amenizante
O seco ar cortante

E longe afronte
Vai-se fácil à cerca da água

Onde se pode tocá-la
Gelada inconquistável

Coragem pra enfrentá-la
Desafio do despenhadeiro
Despencando das montanhas

Esculpindo um largo traço
Das nuvens oferecido

Sobre o lindo terraço
O vulcão escondido

Pontes conectando
Ao outro lado do que vimos
Puseram-se a luz e as sombras

Deram lugar as estrelas
Espalhadas lá no alto

Muito distantes de mim
Aqui na face com olhos

Um brilho que começa forte
Não quer desfalecer
Fulgurante no entardecer

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Postulou-se severina a relva amarilha
Amarelou no descampado desértico
Cheio de vida a camomila amarela
Flor pequenina redonda e macia

Seca desmonta como poeira bem dita
No canalete que passa cortado no cerro
Secado o rio regados os pastos
O sol pra mais tarde ficando atrasado

Na noite esfriada de repente um repente
Cortando com o vento um assobio silvante
Se o vil é constante deixe-o parar no tempo
Na água corrente desprende o culpado

Amarrado na rama descendo seguro
Subindo correndo alcançando o cume
Esperando o verdume após o frio e a neve
Passado o presente aceitado o regalo

Lua cheia lista llena fascinante
Despertando com as cores das uvas
Inundando com seu sumo a cabeça
A guapa varrida e a cara de caña

Acordado o costume diverso
Acostumando a falta de saudade
No meio daquele vale só
Rola umas pedras nas águas

Dos livros mais belos surgiram
Estórias tão sempre contadas
Resquícios do mundo e das vidas
Iguais e diversificadas

Proibições e distrações
Amigavelmente convivendo
Aprendendo e se reconhecendo
Constantemente revivendo

Riqueza que encanta docemente
Alimenta os arredores terrestres
Assistindo os córregos passarelando
Confiante ao destino encurralante

Somente um caminho à seguir
Deslizando suave contínuo
No ouvido um sussurro silvestre
Compassando delirante entre a mata

domingo, 4 de janeiro de 2009

Uma despedida
Um reencontro
Como partida e chegada
Vezes é imprevisível

Um imprevisto
Um contratempo
Reunião
Como a de um círculo
Só há duas pontas
Quando é partido

E pelo vidro
Vou vendo a distância se ampliar
Sem iniciar
Não há aonde chegar

Sei que isso tudo é incerto
E ao certo não posso dizer
O que virá de acontecer

Sem medo de correr riscos
Riscos vão-se fazendo
Com a velocidade
Que o tempo passa

sábado, 3 de janeiro de 2009

Hoje pensei no fogo
Ele não foi inventado
Porém nos foi revelado

Precisou ser dominado
Pois ainda só acontece
Sob ocasiões específicas

Incendiou minhas idéias
Raciocínios deflagrando
Irradiando uma nova cor
Emanando e acolhendo

Além do vermelho calor
Muitas cores invisíveis
Íris do globo perceptível
Tiritando em combustão

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sonhar é uma planta
Numa terra só de árvores
As cercanias das colinas soam ventos
Que sobem pelos nossos cabelos

Da flor o fruto um sonho intenso
Unicamente
Acomete
Levando-te num cometa
Alucinante
Sem retorno

Mas aqui no reino da terra
As plantas não pensam
E há quem diga que não sintam

Os animais comem uns aos outros
Os racionais tentam frutificar a terra
E colher sabedoria

Fazendo com amor
O que é tão natural
Físico

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Constatando depois de anos
Que depois de roda
O escrever superou todas as conquistas
De cada vez que me encanto em falar
Muitos diferentes alfabetos me faz pensar
E em toda parte que eu reflito
Me faz calar
O que são sentimentos
Ao menos falar menos
Simplesmente simples
Os encontros
Dissonantes
Dissolvidos
Permeados
Passaredos
Viagens
Paisagens
Conquistas
Menos eu quero falar só sentir
Rios
Pedras
Mares
Folhas
Raízes
Flores
Peixes
Luas
Venus
E falar menos não quer dizer nunca falar
Dizer sem sentir pode ser perigoso
Sentir sem contar
Sem palavras também
Sons resultantes
fFenómenos inconstantes
Mudando numa lógica longínqua
Postulada desde sempre